quinta-feira, 10 de maio de 2012

Voltei

A espera foi longa, o caminho desgastante. Mas chegamos. Tive de suportar as ironias, brincadeiras e insinuações maldosas do Sr. Loredano. Mas agora, vejo que tudo valeu a pena. Não tenho como descrever tamanda emoção de chegar nas terras de D. Antonio de Mariz e ver que junto a sua prima, Cecí aguardava a mim e aos pedidos que ela havia feito. Mal sabia porém que juntamente com sua encomenda trouxe-lhe algumas prendas. Espero que aceite de bom grado e não veja de maneira errada minha oferenda...


Álvaro de Sá.
"[...]
O italiano fez que não tinha visto o gesto de ameaça; continuou:
-Assim tudo se explica. Recebestes uma ordem; foi de D. Antonio de Mariz, sem dúvida?
-Não sei que nenhum outro tenha direito de dar-me, replicou o moço com arrogância.
-Naturalmente por virtude desta ordem, continuou o italiano cortesamente, partiste do Paquequer em uma segunda-feira, quando o dia designado era um domingo.
-Ah! Também reparastes nisto? perguntou o moço mordendo os beiços de despeito.
-Reparo em tudo, sr. cavalheiro; assim, não deixei de observar ainda, que sempre em virtude dea ordem, fizestes tudo para chegar justamente antes do domingo.
-E não observastes mais nada? perguntou Álvaro com a voz trêmula e fazendo esforço para conter-se.
[...]
-Ao contrário, é o mais natural possivel; um moço que apanha uma flor ou um homem que passeia de noite à luz das estrelas... Pode haver coisa mais simples?"

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